sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Coração Doente




Hoje vou escrever como narrador personagem (em 1ª pessoa) uma situação vivida ontem (04-09-2014).


Ontem cheguei em casa à noite moída, com o corpo machucado de cansaço. Mas não era um cansaço por esforço físico, mas sim o emocional que afetou a carcaça.

Fui visitar meu "sogro" e me foi muito dolorido vê-lo no estado em que se encontra. Em minha mente vinha o tempo todo a pessoa sadia, feliz e linda por dentro e por fora que sempre fora (diga-se de passagem: ainda continua bonito - com aqueles olhos azuis maravilhosos que dizem o que a boca dele no momento não permite)

Meu intuito era não demonstrar emoção do tipo chorar. Mas como não chorar? Sou um ser humano que se compadece muito por àqueles que estão acamados, principalmente na velhice. E como não chorar quando você percebe dos olhos do outro lágrimas a cair.

O lado direto dele não responde a nenhum toque. Me comovia quando ele, além de querer mostrar que a perna esquerda se movia e também quando, com sua mão esquerda buscava meus cabelos para alisar, meu rosto para acarinhar e abraçar-me sobre o peito dele. 
Deitar sobre o peito dele deixando-me abraçar dava conforto e ao mesmo tempo minhas lágrimas desciam (assim como descem agora escrevendo este texto).

Por gestos ele queria entender o porquê eu estava ali (uma vez que sou hoje apenas a ex-nora) Eu pude responder que estava ali com um: Estou aqui porque Eu te amo! Por isso estou aqui.

Não tivemos só lágrimas, mas também risos, carinhos, afagos. Diria até uma relação de filha para com um pai, não de ex-nora.

Pelo que me relataram do como ele entrou no hospital, coma induzido, isolamento, entubado, fiquei confortada. Mas ao mesmo tempo feliz por ter certeza que dali ele sai para casa (não nas mesmas condições de antes, mas sai vivo)

E o nosso Deus é maior e ainda dará a ele e à todos a chance de retratar o amor que cada um sente pelo outro independente do que tenha acontecido no decorrer de suas vidas.

Hoje pela  manhã, busquei abrir a Bíblia na busca de um versículo que me confortasse, afinal tenho um dia de serviço pela frente além de outros afazeres normais, além do mais a vida continua.

O livro de Eclesiastes: Na sua busca por felicidade e pelo sentido da vida, este escritor conhecido como "filósofo" ou "pregador", faz perguntas que continuam presentes na sociedade contemporânea. (Conceito conforme "A Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

Achei aleatoriamente o livro acima e abri em qualquer lugar:

Tempo para tudo (Capítulo 3)

Tudo neste mundo tem seu tempo, cada coisa tem a sua ocasião.
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e temmpo de arrancar; 
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derrubar e tempo de construir.
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar;
tempo de chorar e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las;
tempo de abraçar e tempo de afastar.
Há tempo de procurar e tempo de perder;
tempo de economizar e tempo de desperdiçar;
tempo de rasgar e tempo de remendar;
tempo de ficar calado e tempo de falar.
Há tempo de amar e tempo de odiar;
tempo de guerra e tempo de paz.

E a conclusão é: O tempo é de Deus; não nosso! 

As situações pelas quais nos deparamos e nos cai ao colo é providência divina (ou para avaliarmos pelo lado do bem ou do mal, mas nada é por acaso)

Só temos que nos adequar à ele e viver.

Borboleta


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